"Tomei uma garrafa de pinga no almoço, então, não incomode…"
Quando um dos arte-finalistas se enveredou pelos obscuros caminhos da "Marvada Pinga".
"Quero schblicar o que schdá acondecendo..."
Disse o arte-finalista da Exacta Publicidade...
Ainda no tempo em que a Planet House se chamava Exacta, tivemos um notório dia em que um dos arte-finalistas se enveredou pelos obscuros caminhos da "Marvada Pinga". Pela manhã, ele veio trabalhar direitinho, mas foi à tarde que o negócio esquentou. 13h30h, 14h, 14h30h e nada do cara chegar. Já eram umas 15h quando ele chegou, "cercando o galo", enrolando a língua e exalando um bafo de alambique. Numa tentativa "trôpega" quis "schblicar o que schdava acondecendo" com o Waner Biazus. Pediu para irem na salinha de retoques. Era uma sala escura, sem janelas, iluminada apenas por uma luz vermelha. Alí se retocavam os (antigos) fotolitos e se revelava os logotipos em Kodabromide Paper (por isso a luz vermelha). Na salinha, sentaram frente a frente.
- "Olhaaa! Eu dive que vazer uns azerdos com o meu irmão e zomamos zuas garravas de binga no almoço, uma cada um. Então, beço que o zenhor não me incomode hoje adé umaz 5 horaz za darde. Eu vico nezza zalinha desganzando ca luz vermêia ligada. O zenhor não venha me ingomodar, dá? Eu me regupero rápido. Dá ou não dá endendido?"
- "Ó cara! Vai pra casa! Amanhã conversamos", falou o Waner, com medo do que poderia acontecer com a salinha de retoques, caso alguém riscasse um palito de fósforo, tamanho era o bafão de etanol.
E nada do arte-finalista querer ir pra casa. Queria ficar fechado na sala, divagando sobre a vida, iluminado pela luz vermelha. Foi quase preciso chamar o guincho. Mas, depois de muita conversa, aquela paciente e pausada que se tem com os alcoolizados, o cara resolveu ir embora.
Do episódio, restaram o fedor de pinga que se instalou na sala (sem ventilacão!) por uns dois dias, e o trabalho acumulado do arte-finalista que adorava "tratar negócios de família" embalado pela "marvada".
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